terça-feira, 8 de novembro de 2011

A CULTURA DE "VIDA" PROÍBE FALAR DE "MORTE"


Ouvimos diariamente, mensagens sobre a necessidade de refletir perante os atos corriqueiros da vida, para ter uma certa paz na vida futura, mas em verdade, essa reflexão verdadeiramente quase nunca acontece, porque queremos pensar sempre em viver agora.

Entretanto, tudo muda diante da partida para o mundo espiritual de alguém próximo, seja um familiar ou um amigo que conhecemos durante toda a nossa existência.

Mesmo não querendo pensar no assunto è muito difícil não refletir; nós analisamos cada gesto, cada atitude que tomamos em relação àquela pessoa ou mesmo os diálogos que mantivemos antes que ela morresse.

Na realidade agimos assim, porque é essa condição que nos colocamos diante da “morte”, sempre “pós”quando o certo seria, fazer esta reflexão sempre  “antes” do acontecimento.

Mas, esbarramos em um ponto terrível de nossa vida, falar sobre a morte ou admitir que nosso ente querido possa morrer, porque na maioria das vezes esse assunto é proibido dentro dos circulos familiares, independente de nossas convicções religiosas.

Pode não parecer, mas o medo de falar e de aceitar o fato de que poderemos morrer de um momento para o outro, não tem nada ver com religião, é sim uma questão de cultura.

É isso mesmo, nós aprendemos desde pequenos que não se pode falar em “morte” porque poderemos magoar alguém que está ou que tem um parente doente, ou porque pode trazer “maus presságios” , ou estaremos “agorando” alguém ou ainda porque é feio, enfim falar de “aceitação da morte” é ser de modo geral“pessimista”.

Então, eu fico pensando... se o nosso caminho é esse "voltar de onde viemos" só posso concluir que, a nossa cultura aqui na Terra é que está errada, porque se não podemos falar praticamente nunca sobre a morte com os nossos filhos, pais, avós e amigos, então quando nos deparamos com ela, temos a visão de algo arrasador que veio para destruir, quando na verdade ela é natural e necessária para que haja a renovação da humanidade a qual pertencemos.

Acho que, independente da religião que praticamos precisamos mudar esta “cultura avessa”, porque a única certeza que temos do futuro é que iremos morrer, partir ou desencarnar, que cada um use o verbo que achar melhor, mas que tomem a atitude de falar mais no assunto"morte" dentro dos lares como disciplina didática; talvez os mais velhos continuem não aceitando o assunto, mas as nossas crianças cresceram cientes de que isso é algo natural.

Vamos sim falar mais da morte, não desejando-a como castigo para alguém, mas fazendo-a existir em nosso universo de possibilidades durante a vida, porque talvez assim, teremos a oportunidade de sofrer apenas de saúdade quando alguém querido se for e não de desespero ou de revolta achando que DEUS foi injusto nos tirando alguém que amamos.