segunda-feira, 12 de novembro de 2012


Sábia ponderação...



Amir e Farid eram dois mercadores árabes muito amigos. Sempre viajavam juntos, cada qual com seus camelos, mercadorias, escravos e empregados.
Numa das viagens em que o calor se apresentava abrasador, pararam às margens de um grande rio. Farid resolveu tomar um banho e para isso mergulhou nas águas caudalosas. Fosse porque se distraísse ou porque não se apercebesse, acabou sendo arrastado pela correnteza do rio. Amir, pressentindo o risco que corria o amigo, atirou-se no rio e o salvou, embora com esforço. Muito agradecido, Farid chamou um dos seus escravos e lhe ordenou que escrevesse numa pedra próxima, em letras grandes e profundas: "aqui, com risco de perder sua própria vida, Amir salvou o seu amigo Farid."
A viagem prosseguiu. Os negócios se realizaram e no retorno, pararam no mesmo local para um descanso rápido. Começando a conversar, iniciaram uma discussão por divergência de opiniões. Com os ânimos acirrados, Amir esbofeteou Farid. 
Então Farid se aproximou da margem do rio, escolheu uma pequena vara e escreveu na areia: "aqui, por motivos tolos, Amir esbofeteou Farid."
O escravo que escrevera na rocha a frase anterior, ficou intrigado e perguntou: "senhor, quando fostes salvo, mandastes gravar o feito numa pedra. Agora escreveis na areia a ofensa recebida. Por que agis assim?"
Farid largou a vara , olhou o escravo e respondeu: "os atos de bondade, de amor e de abnegação devem ser gravados na rocha para que todos os que tiverem oportunidade de tomar conhecimento deles, procurem imitá-los. Porém, quando recebermos uma ofensa, devemos escrevê-la na areia, bem perto das águas, para que seja por elas levada. Assim procedendo, ninguém tomará conhecimento dela. E, acima de tudo, para que qualquer mágoa desapareça de pronto do nosso coração."

Sábia ponderação de Farid. Agíssemos todos desta forma e menos ódio e malquerenças haveriam sobre a terra. A gratidão seria a nota constante nos relacionamentos humanos e ninguém esqueceria o bem recebido. Igualmente, os gestos de bondade se espalhariam, pois seriam causa de imitação por muitos.  
Em contrapartida, menos doenças e indisposições seriam geradas pelos homens, pois não alimentando mágoa, nem rancores, viveriam mais serenamente, o que equivale a menos propensão a enfermidades. A mágoa é sempre geratriz de infortúnios para si e de infelicidade para os outros.
Você sabia que foi por ser o mais sábio terapeuta que Jesus recomendou que pagássemos o mal com o bem e perdo
ássemos aos inimigos?
Isto porque o bem felicita sempre aquele que o pratica.

Fonte: “Correio fraterno”

As missões mais grandiosas que Deus confia aos homens...
Muitas obras já foram escritas a respeito do ódio entre pessoas, famílias ou comunidades.
A literatura celebrizou romances como Romeu e Julieta. A tragédia de um amor com o pano de fundo do ódio de duas famílias.
As telas cinematográficas e as novelas da televisão vitalizam, com cores muito vivas, dramas em que o ódio passa de geração a geração.
O que quer dizer que a criança, ao nascer, passa a ser alimentada com a informação da necessidade de odiar aquele ou aqueles que seus avós e pais odeiam.
Apesar de vivermos o início do Terceiro Milênio, tais fatos não se passam somente nos teatros, filmes ou novelas.
Observa-se que, no cotidiano, existe muito ódio sendo alimentado e transmitido de pai para filho.
Não é de se estranhar, assim, que haja tanta guerra, desentendimento, discórdia entre os povos. Pois tudo vem do berço.
Desde a gestação, o Espírito que anima o corpo do bebê em formação passa a ser sufocado com as emanações do ódio de que se nutrem os familiares. Pai e mãe em especial.
Seria tão mais digno dos que nos dizemos cristãos que, se não conseguimos perdoar o desafeto, não repassássemos aos nossos filhos tal problema.
Se a problemática é nossa, nós a devemos resolver e jamais passá-la adiante. Mesmo porque, na sequência do tempo, o que era motivo de ódio mortal se dilui.
Por vezes, até os que dizem odiar não recordam com exatidão porque assim procedem. E se desculpam dizendo que são motivos graves, de épocas anteriores à sua, que a questão é familiar, etc.
Recentemente, pudemos observar um caso que nos emocionou.

" Um jovem de família abastada, casou-se com uma jovem pobre e sem nome de família expressivo.
Contrariada, a mãe do rapaz o deserdou e ele partiu para outras paragens para refazer sua vida.
Construiu seu lar sobre bases de honestidade e trabalho e repassou tais valores para sua filha. Morrendo muito jovem, deixou a viúva com poucos recursos.
Ela, por sua vez, não se intimidou. Trabalhou e educou a filha.Certo dia, a avó as procurou desejando ver a neta. Receosa, temia que a nora houvesse envenenado a menina contra ela. Qual não foi sua surpresa ao ser abraçada pela neta de oito anos, e ouvir da sua boca:
-Vovó, que bom que a senhora veio! Queria tanto conhecer você. Minha mãe sempre diz que a senhora é uma pessoa muito boa, como meu pai.
Durante anos, a mãe simplesmente passara para a garota a lição do amor, consciente de que as questões que diziam respeito a ela e seu marido não deveriam prosseguir no tempo.
A lição de amor comoveu a velha avó, que retornou ao seu lar após a visita, para repensar a própria atitude.
Os pais são responsáveis
pelos Espíritos que lhes nascem como filhos.
Assim, se eles vierem a falir, por culpa dos pais, esses terão que prestar contas a Deus.
A maternidade e a paternidade são das missões mais grandiosas que Deus confia aos homens.
Por isso vale a pena empregar todos os esforços para 

merecer a confiança do Criador.
(Texto retirado de "Momento Espirita")